quarta-feira, 8 de outubro de 2008

PATRIMÓNIO A SAQUE

Durante anos os bens que ficaram na Quinta do Passal, casa de Aristides Sousa Mendes, estiveram a saque. Livros e outros objectos foram levados por uns e outros e encontram-se agora dispersos. Alguns móveis estão na casa de uns e outros, estes quase sempre comprados, no período de crise financeira ou miséria, porque passou o Cônsul, caído na desgraça, por ter desobedecido a ordens expressas de Salazar. Ontem mesmo, um habitante de Cabanas me fez entrega de exercícios musicais, provavelmente usados no estudo por um dos filhos. Entregou-me também recortes de jornais referentes a Aristides Sousa Mendes e, uma Folha dos Jornaes Vencidos, muito estragada nas primeiras folhas, e que tem a menção Gente empregada na ...(ilegível)e que começa em 24 de Outubro de 1891 e acaba en 22 de Março de 1895. Ficaram prometidos mais documentos que estarão nalgum sótão ou arrecadação.

2 comentários:

Unknown disse...

Olá

Muito interessante o que refere neste seu post.

Apesar de não pertencer à Fundação ASM e não ser familiar sei que tanto a Fundação como os familiares estão a tentar recuperar todos os bens e documentos possíveis para o futuro museu ASM que será instalado na Casa do Passal após a sua recuperação (está-se de novo a proceder a uma campanha de angariação de fundos com esse objectivo).

Nesta perspectiva acho estranho que esses documentos lhe tenham sido entregues e não à Fundação ou aos familiares a quem pertencem por direito.

Claro que espero que não me interprete mal, pois de modo algum estou a pôr em causa a sua pessoa, pois imagino que as suas intenções sejam as melhores.

Mas seria interessante que esses documentos fossem entregues à Fundação.

Cumprimentos

Cristina Garin
(tenho um blog no Sol com o nome de KAnahory que tem diversos posts sobre ASM. Se quiser pode visitá-lo ficando assim a saber um pouco mais sobre mim)

José Carlos Abrantes disse...

"Nesta perspectiva acho estranho que esses documentos lhe tenham sido entregues e não à Fundação ou aos familiares a quem pertencem por direito."

Olá, outra vez. Vou respondendo à medida que posso.

Não ache estranho terem-me dado os documentos. Há muitos outros na posse das mais diversas pessoas de Cabanas de Viriato e de outros locais. Quase todos com que contactei estão disponíveis para doar à Fundação Aristides de Sousa Mendes os espólios que conservam. O que tenho ouvido é que os actuais depositários precisam de ter confiança e certeza que o museu vai para a frente e será uma realidade. O estado actual da casa bem como a inacção face a anteriores iniciativas ( ou acções desfocadas..) deixa as pessoas, pelo menos, na expectativa de melhores acções. O que é também o meu caso. Aliás conservo os documentos para ver, e depois devolvê-los-ei ao proprietário. Na esperança que estes sejam então entregues à Fundação (ou a quem o merecer de forma credível). Não me posso substituir aos proprietários entregando o que não é meu...