terça-feira, 28 de outubro de 2008

TRÊS DIAS A FALAR DE ARISTIDES DE SOUSA MENDES




Esta é uma primeira iniciativa, de várias, que vou dedicar a Aristides de Sousa Mendes até ao fim de 2009. Chamo-me José Carlos Abrantes (www.josecarlos.abrantes.net/) e sou natural de Cabanas de Viriato, onde conheci Aristides de Sousa Mendes já no período de declínio. A Casa do Passal deixou-me uma impressão indelével no momento em que lá entrei. Foi também o primeiro palácio que conheci. Hoje é uma ruína.

Só quero ajudar a dar dignidade a um local rico de memória. Procurarei articular com a Fundação Aristides Sousa Mendes, a Junta de Freguesia de Cabanas de Viriato e a Câmara Municipal de Carregal do Sal, bem como com outras pessoas e instituições. O objectivo que me move é o de dignificar a memória de Aristides de Sousa Mendes, elevar o bom nome de Portugal e dar a conhecer o significado mundial do seu gesto, ao salvar milhares de judeus por um puro acto de altruísmo, reconhecido internacionalmente.
É preciso reconstruir a Casa do Passal e dar-lhe uma função digna que perpetue o gesto de Aristides de Sousa Mendes em prol da humanidade.

Email: josecarlos.abrantes@gmail.com
Contacto telefónico: 21 757 46 29 ou 91 244 33 93

Ver, em especial, os blogues
Amigos e de Angelina de Sousa Mendes
http://amigosdesousamendes.blogspot.com/

Aristides de Sousa Mendes
http://aristidesousamendes.blogspot.com/


Três Dias a Falar de Aristides de Sousa Mendes

Dia 31 de Outubro de 2008, 6a feira
Local: Sala da Sociedade Filarmónica de Cabanas de Viriato
Organização: José Carlos Abrantes com apoio de amigos, da Junta de Freguesia de Cabanas de Viriato, da Câmara Municipal de Carregal do Sal e de outras entidades.

Nota em 3 de Outubro de 2008
A Câmara Municipal de Carregal do Sal não veio a concretizar o apoio a esta iniciativa o que me foi comunicado sobre o acontecimento.
Pelo contrário, o Centro de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ) apoiou esta iniciativa



Entradas pagas: 5 euros.
Um só bilhete será válido para todas as sessões.
Receita para recuperação da Casa do Passal.

Nota em 3 de Outubro de 2008
A entrada foi livre.


21h Sessão de abertura com convidados oficiais
José Carlos Abrantes, organizador *
entidades convidadas
e intervenção de Luís Pais Borges,
Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal Administrativo *



Dia 1 de Novembro de 2008

Percurso pedestre do Cimalhinhas
8h 1a partida sem guia
9h 2a partida com guia

12h Romagem ao cemitério e deposição de coroa de flores.

Nota em 3 de Outubro de 2008
Na versão impressa e distribuída em 31 de Outubro foram retiradas as referências aos oradores. Apenas Luís Pais Borges,
Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal Administrativo veio a dizer breves palavras nesta cerimónia *


15h 30m "Se não me falha a memória"...
Depoimentos de pessoas que conheceram Aristides de Sousa Mendes e que farão relatos de acontecimentos que com ele "viveram" ou de que tiveram conhecimento directo ou por relato directo.

Álvaro de Sousa Mendes, Fundação Aristides Sousa Mendes
Nota em 3 de Outubro de 2008
Foi-me comunicado, no início desta semana, que a Fundação não iria apoiar esta iniciativa. Espero que a situação mude nas próximas iniciativas.

Elisa Coelho Pessoa Campos, comerciante aposentada *
Maria Helena Teles de Aguiar, professora aposentada *
Olímpio Dias Tavares, comerciante aposentado com um livro em preparação *

Depoimentos em vídeo.
Nota em 3 de Outubro de 2008
Os depoimentos, embora recolhidos, não vieram a ser mostrados


Comentários de Lina Madeira, investigadora do Ceis20.


19h 21h jantar


21h Documentário de Inês de Medeiros,
Cartas a uma ditadura.



Dia 2 de Novembro de 2008
10h Aristides de Sousa Mendes visto por...

Depoimentos de pessoas que não conheceram ASM

Eduardo Mamede, jornalista

Nota em 3 de Novembro de 2008
Esteve acordada presença de Eduardo Mamede, que não veio a comparecer.

Gracinda Aguiar, professora aposentada *
José Manuel Figueiredo, professor na EBI Aristides de Sousa Mendes
Ricardo Campos, presidente da Junta de Freguesia de Cabanas de Viriato*
Silvério Sousa Mendes, neto de Aristides Sousa Mendes

Comentários de Lina Madeira, investigadora do Ceis20 e de Isabel Vargues, directora do Teatro Gil Vicente
Nota em 3 de Novembro de 2008
Deveria ter sido indicado que a presença teria de ser confirmada, o que não veio a acontecer.


14 h30 horas Mesa Redonda sobre o papel do cônsul de Bordéus e o holocausto bem como sobre o recolha de fundos para requalificar a casa do Passal e para o projecto a instalar.

Luís Fidalgo, advogado, Fundação Aristides Sousa Mendes
Nota em 3 de Novembro de 2008 *
Foi acordado com o Dr Luís Fidalgo que, caso a Dra Maria Barroso não estivesse na cerimónia de abertura, seria este o representante da Fundação.


Luísa Marques, Museu Virtual da Fundação Aristides Sousa Mendes
Nota em 3 de Novembro de 2008
Deveria ter sido indicado que a presença teria de ser confirmada, o que não veio a acontecer.

Mariana Abrantes, Presidente do Clube Sorotpimist International - Estoril
Nuno Violas, empresário *
Nota em 3 de Novembro de 2008
Deveria ter sido indicado que a presença teria de ser confirmada, o que não veio a acontecer.


18 horas Encerramento

Ricardo Campos,
Presidente da Junta de Freguesia de Cabanas de Viriato
e um representante da Fundação Aristides de Sousa Mendes



Recolha de fundos

Esta recolha de fundos durará um ano.
Todas as participações nas actividades previstas serão gratuitas. Os fundos recolhidos serão aplicados na reconstrução da Casa do Passal e seus terrenos e na concretização de um projecto que dignifique a memória de Aristides Sousa Mendes, projectada no presente e no futuro.
Os fundos recolhidos serão depositados (ou por depósito directo) numa conta a abrir num banco de Cabanas de Viriato (Caixa de Crédito Agrícola) e outras a abrir nos bancos de Carregal do Sal (Millenium BCP, Caixa Geral de Depósitos, ..).
Serão feitos pedidos concretos a certas instituições ou pessoas que poderão "doar" algum património à causa (quadros, parte de direitos de autor, dinheiro em cheque ou transferido,.etc). Um leilão de obras de arte está a ser já organizado, havendo algumas ofertas de artistas, neste momento.
Será constituída uma comissão de "homens" bons (esta linguagem!) que vigiará a entrada e aplicação dos dinheiros recolhidos (curadores).

Propõe-se os seguintes nomes para esta comissão
Luís Pais Borges, Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal Administrativo (aceitou)
Francisco Campos, actual presidente da Sociedade Filarmónica de Cabanas de Viriato *
Ester Mucznic, vice-presidente da comunidade judiaNota em 3 de Novembro de 2008
Deveria ter sido indicado que a adesão teria de ser confirmada, o que não veio a acontecer.

Carlos Abreu, contabilista * (aceitou)
José Miguel Júdice, advogado (aceitou)

"Dr José Carlos Abrantes,

Acabo de ver o meu nome numa eventual comissão de "homens bons" destinada a fiscalizar a aplicação de fundos recolhidos com o fim de restaurar a casa de Aristides de Sousa Mendes.
Estranho não ter sido sequer consultada para o efeito e declaro desde já que não aceito fazer parte dessa comissão nem de outra qualquer com o fim de angariar ou fiscalizar qualquer tipo de dinheiros com esse ou outro fim.
Considero abusiva a utilização do meu nome sem prévio conhecimento meu e solicito a retirada imediata do mesmo, assim com a divulgação no seu blogue desta minha posição.

Esther Mucznik
Responder


José Carlos Abrantes
para Esther

mostrar detalhes 31 out (3 dias atrás)

Responder

Vou fazer isso. Mas gostaria de lhe explicar o que s passou. De qq modo as minhas desculpas. Pode dar-me um contacto telefónico?

Cumprimentos
JCA"

Programa a curto prazo
Realizar-se-ão, pelo menos 30 iniciativas culturais até fim de 2009, em Cabanas de Viriato, noutros pontos do país e, eventualmente, noutros pontos significativos do mundo (Antuérpia, Salamanca, Bordéus, etc).

No fim do mês de Novembro, haverá uma terceira iniciativa. Esta iniciará um subtema de conversas a realizar em Cabanas de Viriato e Cabanas de Tavira, parcialmente juntas pelo nome: O mundo visto de uma(s) cabana(s) : A Medicina: Viver à Grande e à Francesa (título deliberadamente provocatório).

Estão em preparação outras iniciativas, uma com João Paulo Martins, uma prova e curso sobre vinhos, uma intervenção de Irene Pimentel, Prémio Pessoa 2008, outra de Fernando Rosas, historiador, bem como um ciclo sobre Famílias, outro subtema. O primeiro será com Lauro António e Federico Corado, pai e filho. O primeiro é cineasta e do segundo pode dizer-se que "filho de peixe sabe nadar". Outros se seguirão com diferentes graus de parentesco (marido/mulher, mãe/filhos, pai/filha, etc).

Brevemente serão dados mais detalhes sobre estas e outras iniciativas.


*Natural de Cabanas de Viriato

domingo, 26 de outubro de 2008

TOME NOTA

"O projecto do Museu Sousa Mendes continua a mobilizar iniciativas um pouco por toda a parte que procuramos divulgar neste blog ao serviço dos Amigos de Sousa Mendes

- Colóquio em Cabanas de Viriato, 31-Outubro a 2-Novembro-2008
- Colóquio e exposição em Castelo Branco e Fundão
- Colocação de um busto de Aristides de Sousa Mendes no jardim do Arco Cego em Lisboa a 10-Dezembro, o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos
- Jantar de Gala para a angariação de fundos em Lisboa no final de Janeiro-2009

Il y a toujours des initiatives:
- colloque à Cabanas de Viriato, 31-Octobre a 2-Novembre-2008 (Sociedade Filármónica et http://aristidesousamendes.blogspot.com/)
- un colloque à Castelo Branco et Fundão (Comité Sousa Mendes, http://www.sousamendes.com)
- un buste de l’artiste Manuel do Carmo, dans le jardin Arco Cego à Lisbonne, le 10-Décembre-2008 (Fundação Sousa Mendes)
- un grand événement et dîner da gala à Lisbonne à la fin du mois de Janvier-2009 (Fundação Pro Dignitate)

On essaye de contribuer avec des petits nouvelles dans le blog http://amigosdesousamendes.blogspot.com des que on prend connaissance."


ver blogue Amigos de Aristides e Angelina de Sousa Mendes que noticia estes acontecimentos. Obrigado pela referência ao Colóquio que organizamos na próxima semana. Há uma imprecisão: o colquio não é organizado pela Sociedade Filarmónica de Cabanas de Viriato. Passa-se sim nessa Sociedade Filármónica e tem o seu apoio como de outras instituições.

AMIGOS DE ARISTIDES E ANGELINA SOUSA MENDES

Chamo a atenção para o blogue Amigos de Aristides e Angelina de Sousa Mendes,que não conhecia quando criei este. Aconselho a leitura pois "os amigos de Aristides e Angelina de Sousa Mendes estão empenhados em celebrar e divulgar o seu acto de consciência em Junho de 1940, sob ameaça da II Guerra Mundial, e em apoiar a criação de um museu na Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, como memória e estudo da tolerância e do altruísmo."

DE PALÁCIO A RUINA



retirada de JOEPOINTOFVIEW



retirada de zetavares

Tenho uma recordação indelével desta casa, quando palácio. Convivo mal com esta ruína.

O país modernizou-se. Temos de olhar para isto e dar a dignidade merecida à casa de Aristides de Sousa Mendes. Rapidamente que o inverno aproxima-se.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

TRÊS DIAS A FALAR DE ARISTIDES DE SOUSA MENDES

Em Cabanas de Viriato
31 de Outubro, 1 e 2 de Novembro de 2008

Local: Sociedade Filarmónica

mais informações em http:/www.josecarlosabrantes.net/

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

BIOGRAFIA

SOUSA MENDES

1885: Filhos de Maria Angelina Ribeiro de Abranches e do juiz José de Sousa Mendes, os gémeos César e Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches nascem em Cabanas de Viriato, Distrito de Viseu, Portugal.

1907: César e Aristides licenciam-se em Direito na Universidade de Coimbra e depois seguem a carreira diplomática.

1908: Em Portugal, el-Rei D. Carlos e o príncipe herdeiro são assassinados. Aristides casa com a sua prima Angelina; o casal virá a ter 14 filhos.

1910: Aristides é nomeado Cônsul em Demerara, Guiana Francesa. Revolução de 5 de Outubro e proclamação da República portuguesa

1911/16: Aristides Cônsul em Zanzibar, problemas de saúde para toda a família.

1914: Início da I Guerra Mundial.

1916: Portugal entra na I Guerra Mundial a favor dos Aliados; batalha de Verdun, massacre do corpo expedicionário português.

1918: Termina a I Guerra Mundial com a vitória dos Aliados (França, Reino Unido, etc.). Aristides é nomeado Cônsul em Curitiba (Brasil).

1919: Por causa das suas convicções monárquicas, Aristides é castigado pelo governo de Sidónio Pais.

1921/23: Aristides dirige, temporariamente, o Consulado de S. Francisco da Califórnia, cidade onde nasce o seu 10.º filho.

1924: Aristides Cônsul em S. Luís do Maranhão (Brasil). Depois, passa a dirigir, interinamente, o Consulado de Porto Alegre (Brasil).

1926: Aristides regressa a Lisboa para prestar serviço na Direcção-Geral dos Negócios Comerciais e Consulares. Em Portugal, revolução militar do 28 de Maio conduzida pelo Marechal Gomes da Costa.

1927: A Ditadura Militar portuguesa confia em Aristides e nomeia-o Cônsul em Vigo. -

1928: Salazar, Ministro das Finanças.

1929: Aristides é nomeado Cônsul-geral em Antuérpia (Bélgica).

1930: Salazar, Presidente do Conselho de Ministros.

1936: O rei belga, Leopoldo III, condecora Aristides de Sousa Mendes, decano do corpo diplomático.

1938: Salazar nomeia Aristides de Sousa Mendes Cônsul de Portugal em Bordéus.

1939: Salazar e Franco assinam o Pacto Ibérico. A Alemanha de Hitler invade a Polónia, início da II Guerra Mundial. Com a Presidência do Conselho, Salazar acumula a pasta de Ministro dos Negócios Estrangeiros.

1940: Contrariando as ordens de Salazar, Aristides de Sousa Mendes, no Consulado de Portugal em Bordéus, passa mais de 30.000 vistos a judeus e outras minorias perseguidas pelos nazis. Salazar condena Sousa Mendes a um ano de inactividade e depois aposenta-o sem qualquer vencimento.

1945: Termina a II Guerra Mundial com a vitória dos Aliados (França, Grã-Bretanha, Estados Unidos da América, União Soviética, etc.). Aristides de Sousa Mendes dirige carta à Assembleia Nacional, reclamando (em vão) contra o castigo que lhe fora imposto pelo Governo.

1948: Morre Angelina de Sousa Mendes.

1954: Assistido apenas por uma sobrinha, Aristides de Sousa Mendes morre «pobre e desonrado», no Hospital da Ordem Terceira, em Lisboa.

1967: Yad Vashem, autoridade estatal israelita para a recordação dos mártires e heróis do Holocausto, homenageia Aristides de Sousa Mendes com a sua mais alta distinção: uma medalha com a inscrição do Talmude «Quem salva uma vida humana é como se salvasse um mundo inteiro».

1998: A Assembleia da República e o Governo português finalmente procedem à reabilitação oficial de Aristides de Sousa Mendes.


retirado de Fernando Correia da Silva, Vidas Lusófonas

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

CABANAS DE VIRIATO

Estive em Cabanas de Viriato estes dias. Cada vez que olho para a casa do Passal reforço a ideia que é preciso fazer algo por aquela ruína. Algo que deveria ter sido feito ontem.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

DEPOIMENTOS EM VIDEO

Estou a recolher, em video, depoimentos de pessoas que lidaram com Aristides Sousa Mendes. Em Cabanas de Viriato estou também a recolher depoimentos de jovens, que não o tendo conhecido, dele têm uma imagem. Logo que possa vou colocar aqui alguns, embora estejam destinados a um documentário.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

QUEM FOI Aristides de Sousa Mendes

Antes de 1940

Foi baptizado Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches numa pequena aldeia do concelho do Carregal do Sal, no sul do distrito de Viseu. Aristides pertenceu a uma família aristocrática com terras, católica, conservadora e monárquica - (ele também católico e monárquico). Seu pai era membro do supremo tribunal.

Aristides instala-se em Lisboa em 1907 após a licenciatura em Direito pela Universidade de Coimbra, tal como o seu irmão gémeo. Ambos enveredaram pela carreira diplomática; Aristides ocupará deste modo diversas delegações consulares portuguesas pelo mundo fora: Zanzibar, Brasil, Estados Unidos da América. Em 1929 é nomeado Cônsul-geral em Antuérpia, cargo que ocupa até 1938. O seu empenho na promoção da imagem de Portugal não passa despercebido. É condecorado por duas vezes por Leopoldo III, rei da Bélgica, tendo-o feito oficial da Ordem de Leopoldo e comendador da Ordem da Coroa, a mais alta condecoração belga. Durante o periodo em que viveu na Bélgica, conviveu com personalidades ilustres, como o escritor Maurice Maeterlinck, Prémio Nobel da Literatura e o ciêntista Albert Einstein, Prémio Nobel da Fisica. Depois de quase dez anos de serviço na Bélgica, Salazar, presidente do Conselho de Ministros e ministro dos negócios estrangeiros, nomeia Sousa Mendes cônsul em Bordéus, França.

Em 1940, com 55 anos, ele aproxima-se do fim da sua carreira e é pai de catorze filhos, muitos deles fruto de relações extra-conjugais. Politicamente nunca se fez notar.

[editar] A Segunda Guerra Mundial

Aristides de Sousa Mendes permanece ainda cônsul de Bordéus quando tem início a Segunda Guerra Mundial, e as tropas de Adolf Hitler avançam rapidamente sobre a França. Salazar manteve a neutralidade de Portugal.

Pela Circular 14, Salazar ordena aos cônsules portugueses espalhados pelo mundo que recusem conferir vistos às seguintes categorias de pessoas: "estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio; os apátridas; os judeus, quer tenham sido expulsos do seu país de origem ou do país de onde são cidadãos".

Entretanto, em 1940, o governo francês refugiou-se temporariamente na cidade, fugindo de Paris antes da chegada das tropas alemãs. Dezenas de milhar de refugiados que fogem do avanço Nazi dirigiram-se a Bordéus. Muitos deles afluem ao consulado português desejando obter um visto de entrada para Portugal ou para os Estados Unidos, onde Sousa Mendes, o cônsul, caso seguisse as instruções do seu governo distribuiria vistos com parcimónia.

Já no final de 1939, Sousa Mendes tinha desobedecido às instruções do seu governo e emitido alguns vistos. Entre as pessoas que ele tinha então decidido ajudar encontra-se o Rabino de Antuérpia Jacob Kruger, que lhe faz compreender que há que salvar os refugiados judeus.

A 16 de Junho de 1940, Aristides decide entregar um visto a todos os refugiados que o pedirem: "A partir de agora, darei vistos a toda a gente, já não há nacionalidades, raça ou religião". Com a ajuda dos seus filhos e sobrinhos e do rabino Kruger, ele carimba passaportes, assina vistos, usando todas as folhas de papel disponíveis.

Confrontado com os primeiros avisos de Lisboa, ele terá dito: "Se há que desobedecer, prefiro que seja a uma ordem dos homens do que a uma ordem de Deus".

Uma vez que Salazar tomara medidas contra o cônsul, Aristides continuou a sua actividade de 20 a 23 de Junho em Baiona (França), no escritório de um vice-cônsul estupefacto, e mesmo na presença de dois outros funcionários de Salazar. A 22 de Junho de 1940, a França pediu um armistício à Alemanha Nazi. Mesmo a caminho de Hendaye, Aristides continua a emitir vistos para os refugiados que cruzam com ele a caminho da fronteira, uma vez que a 23 de Junho, Salazar demitira-o de suas funções de cônsul.

Apesar de terem sido enviados funcionários para trazer Aristides, este lidera com a sua viatura uma coluna de veículos de refugiados e guia-os em direcção à fronteira, onde do lado espanhol não existe qualquer telefone. Por isso mesmo, os guardas fronteiriços não tinham sido ainda avisados da decisão de Madrid de fechar as fronteiras com a França. Sousa Mendes impressiona os guardas aduaneiros, que acabariam por deixar passar todos os refugiados, que com os seus vistos puderam continuar viagem até Portugal.

[editar] O seu castigo no Portugal de Salazar

A 8 de Julho de 1940, Aristides encontra-se regressado a Portugal. Será punido pelo governo de Salazar: ele priva Sousa Mendes, pai de uma família numerosa, do seu emprego diplomático por um ano, diminui em metade o seu salário, antes de o enviar para a reforma. Para além disso, Sousa Mendes perde o direito de exercer a profissão de advogado. A sua licença de condução, emitida no estrangeiro, é-lhe retirada.

O cônsul demitido e sua família sobrevivem graças à solidariedade da comunidade judaica de Lisboa, que facilitou a alguns dos seus filhos os estudos nos Estados Unidos. Dois dos seus filhos participaram no Desembarque da Normandia.

Ele frequentou, juntamente com os seus familiares a cantina da assistência judaica internacional, onde causou impressão pelas suas ricas vestimentas e sua presença. Certo dia, teve de confirmar: "Nós também, nós somos refugiados".

Em 1945, Salazar felicitou-se por Portugal ter ajudado os refugiados, recusando-se no entanto a reintegrar Sousa Mendes no corpo diplomático.

A sua miséria será ainda maior: venda dos bens, morte de sua esposa em 1948, emigração dos seus filhos, com uma excepção.

Aristides de Sousa Mendes faleceu muito pobre a 3 de Abril de 1954 no hospital dos franciscanos em Lisboa. Não possuindo um fato próprio, foi enterrado numa túnica de franciscanos.


[editar] As pessoas salvas por Aristides


Cerca de trinta mil vistos foram emitidos pelo cônsul Sousa Mendes, dos quais dez mil a refugiados de confissão judaica.

Entre aqueles que obtiveram um visto do cônsul português contam-se:

Políticos:

* Otto de Habsburgo, filho de Carlos, o último imperador da Áustria-Hungria; o príncipe Otto era detestado por Adolf Hitler. Ele escapou com a sua família desde o exílio belga e dirigiu-se aos Estados Unidos onde participou numa campanha para alertar a opinião pública.
* Vários ministros do governo belga no exílio

Artistas:

* Norbert Gingold, pianista.
* Charles Oulmont, escritor francês e professor na Universidade de Sorbonne.

[editar] Reconhecimento

Em 1966, o Memorial de Yad Vashem (Memorial do Holocausto situado em Jerusalém) em Israel, presta-lhe homenagem atribuindo-lhe o título de "Justo entre as nações". Já em 1961, haviam sido plantadas vinte árvores em sua memória nos terrenos do Museu Yad Vashem.

Em 1987, dezassete anos após a morte de Salazar, a República Portuguesa inicia o processo de reabilitação de Aristides de Sousa Mendes, condecorando-o com a Ordem da Liberdade e a sua família recebe as desculpas públicas.

Em 1994, o presidente português Mário Soares desvela um busto em homenagem a Aristides de Sousa Mendes, bem como uma placa comemorativa na Rua 14 quai Louis-XVIII, o endereço do consulado de Portugal em Bordéus em 1940.

Em 1995, a Associação Sindical dos Diplomatas Portugueses (ASDP) cria um prémio anual com o seu nome.

Em 1996, o grupo de escuteiros de Esgueira (Aveiro) homenageou-o criando o CLÃ 25 ASM (Aristides de Sousa Mendes)

Em 1998, a República Portuguesa, na prossecução do processo de reabilitação oficial da memória de Aristides de Sousa Mendes, condecora-o com a Cruz de Mérito a título póstumo pelas suas acções em Bordéus.

Em 2005 na Grande Sala da Unesco em Paris o barítono Jorge Chaminé organiza uma Homenagem a Aristides de Sousa Mendes realizando dois Concertos para a Paz e integrados nas comemorações dos 60 anos da Unesco.

Em 2006 foi realizado uma acção de sensibilização "Reconstruir a Casa do Cônsul Aristides de Sousa Mendes", na sua antiga casa em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal e na Quinta de Crestelo, Seia - São Romão.

Em 2007, foi votado como um dos dez maiores portugueses, através do programa Os Grandes Portugueses. No seguimento das votações para o programa Grandes Portugueses, ainda em 2007, Aristides de Sousa Mendes foi o terceiro mais votado, onde o primeiro e o segundo lugar foram atribuídos a Salazar e a Álvaro Cunhal respectivamente.

Em 2007 o barítono Jorge Chaminé realiza dois concertos homenagem a Aristides de Sousa Mendes em Baiona e Bordéus.

Aristides de Sousa Mendes não foi o único funcionário a quem o seu país não perdoou a desobediência apesar dos seus actos de justiça e humanidade na Segunda Guerra Mundial. Entre outros casos conhecidos de figuras que se destacaram pela coragem e humanismo incluem-se o cônsul japonês em Kaunas (Lituânia) Chiune Sugihara e Paul Grüninger, chefe da polícia do cantão suíço de São Galo.


Origem: Wikipédia

QUEM FOI Aristides de Sousa Mendes

Aristides de Sousa Mendes, GCC, (Cabanas de Viriato, 19 de Julho de 1885 — Lisboa, 3 de Abril de 1954) foi um diplomata português. Recusou-se a seguir as ordens do seu governo (o regime de Salazar) e concedeu vistos a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da França em 1940, ano da invasão da França pela Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial. Aristides salvou dezenas de milhares de pessoas do Holocausto. Foi o "Oskar Schindler português" (comparação pouco reconhecedora do facto de Aristides ter salvo um número muito superior de pessoas das de Schindler).


Origem: Wikipédia

PATRIMÓNIO A SAQUE

Durante anos os bens que ficaram na Quinta do Passal, casa de Aristides Sousa Mendes, estiveram a saque. Livros e outros objectos foram levados por uns e outros e encontram-se agora dispersos. Alguns móveis estão na casa de uns e outros, estes quase sempre comprados, no período de crise financeira ou miséria, porque passou o Cônsul, caído na desgraça, por ter desobedecido a ordens expressas de Salazar. Ontem mesmo, um habitante de Cabanas me fez entrega de exercícios musicais, provavelmente usados no estudo por um dos filhos. Entregou-me também recortes de jornais referentes a Aristides Sousa Mendes e, uma Folha dos Jornaes Vencidos, muito estragada nas primeiras folhas, e que tem a menção Gente empregada na ...(ilegível)e que começa em 24 de Outubro de 1891 e acaba en 22 de Março de 1895. Ficaram prometidos mais documentos que estarão nalgum sótão ou arrecadação.

UM SEXTO BLOGUE, porquê?


Para os que conhecem a minha actividade na blogosfera, tal como para mim que a conheço por dentro, uma pergunta se impõe? Porque razão um sexto blogue se tenho seis blogues individuais activos?

A resposta é simples: o nome de Aristides Sousa Mendes justifica um espaço próprio e uma reflexão centrada na sua figura. Ontem, perguntei a Eduardo Cintra Torres, o que pensava do ex-cônsul. A resposta foi um lacónico mas significativo um herói.Parece pouco, talvez. Mas o grandeza de Sousa Mendes não se mede pelo tamanho da aldeia, agora vila, que o viu nascer, nem pelo tamanho do nosso pequeno país, da Europa que nos embala ou do mundo inteiro que nos assusta e encanta: mede-se pela bitola da humanidade e pela justeza da sua intervenção.

Aristides Sousa Mendes, o Justo, merece bem um espaço na blogosfera, além do seu Museu Virtual.